6. A vontade de Deus e sua palavra escrita
A Bíblia
Em segundo lugar, temos que entender que a lei ou os mandamentos de Deus não se originam dentro de nós mesmos, ou seja, não decidimos o que achamos que é certo ou errado e então o fazemos. A fonte do certo e do errado vem de uma autoridade externa, da Palavra de Deus, da Bíblia. Os cristãos recebem conhecimento e poder através da Palavra escrita para viveram uma vida de discipulado.
A Bíblia nos revela a vontade de Deus porque ele é quem a inspira. Paulo reforçou esta verdade quando escreveu: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2Tm 3:16-17). A Escritura é a fonte da doutrina e deve ser usado para repreensão, correção e instrução em justiça[10]. O cristão devei estar disposto a seguir literalmente os ensinamentos da Palavra[11], de assuntos mais relevantes como amar os inimigos (Mt 5:38-45, Lc 6:35), não usar ouro, e as mulheres não vestirem de roupas imodestas e caras (1Tm 2:9; 1Pe 3:3), etc. Os ensinamentos bíblicos não devem ser ignorados; eles foram dados para o nosso bem e nossa aceitação. Não importa qual seja a nossa opinião, o que devemos fazer é seguir todos os mandamentos. E seguindo-os, iremos entendê-los e aprender a valorizá-los.
Outra coisa que devemos lembrar é que há dois reinos. O reino de Deus e o reino do mundo (de Satanás). A mensagem do reino de Deus era a principal nos ensinamentos e pregações de Jesus. A primeira de suas mensagens foi exatamente esta: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Mc 1:15). Os que fazem parte do reino possuem novos valores, dos o Sermão do Monte (Mt 5-7) é um exemplo. Essas normas são notavelmente diferente das normas do reino do mundo. O reino do mundo é composto pelos filhos de Satanás (Mt 13:38; Jo 8:44; cf. 16:11) e é dominado por Satanás (Ef 2:2). O cristão é chamado para "sair do mundo" (leia Jo 17:6; cf. 18:36; Rm 12:2; Ef 2:2), e não fazer parte do mesmo (15:19; 17:12-14, 16; Mc 4:19; 8:36; 13:22).
O conceito básico dos dois reinos é também expresso nas epístolas. Paulo introduziu a terceira seção de Romanos (capítulos 12-16) dando instruções práticas a respeito da vida cristã. Ele escreveu: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (12:2). O cristão não deve receber do mundo o seu código de conduta ou sistema de valores. Já que o seu entendimento foi transformado ao ser renovado, ele não vê as coisas como o mundo as vê. Sua mente transformada considera incorreta a vontade procurar as diretrizes do mundo. Só ao dar as costas ao mundo e ao ser transformado pela renovação de seu entendimento, é que ele pode experimentar a boa vontade de Deus.
Pedro, de maneira semelhante, disse: "Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" (1Pe 1:14-16; cf. 2:5, 9; Rm 12:1; Ef 1:4; Cl 1:22; 3:1). "Não sede conformados" expressa por meio de uma negação a idéia de santidade. O alvo do cristão é ser santo porque Deus é santo.
O apóstolo João escreveu: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1Jo 2:15-17). Outra vez se faz um contraste entre o mundo e Deus. O cristão deve virar as costas para as concupiscências e o orgulho deste mundo, já que não são de Deus; e deve voltar-se para Deus, amando-o e fazendo a sua vontade. Esta virada é importante pois tem a promessa de que aqueles que fazem a vontade de Deus permanecem para sempre. Os cristãos muitas vezes enfrentam situações em que não há palavras diretas que tratem do assunto. Isso não significa que os cristãos não têm nada para orientá-los, pois eles sempre têm o princípio do amor, isto é, de não amar o mundo, etc.
Os cristãos conhecem a vontade de Deus porque anda "em Espírito, e não cumpr[em] a concupiscência da carne" (Gl 5:16). O Espírito luta contra a carne e motiva o cristão a não fazer as obras da carne. Paulo escreveu: "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus" (vv. 19-21). Os cristãos não têm nenhuma parte nessas atividades. Eles têm o fruto do Espírito em suas vidas, que é "amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (vv. 22-23). Paulo conclui: "Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito" (v. 25). Irmãos piedosos se abstêm da obras da carne e andam no Espírito.
Os cristãos devem lembrar que os líderes da igreja e os outros irmãos nos podem ajudá-los a entender os princípios bíblicos e a escolher o que é correto em cada situação. Tanto a irmandade como os ministros podem compartilhar suas idéias e experiências em cada situação.
[10]Para um abordagem mais completa sobre as Escrituras, leia o livro do mesmo autor, Authority of Scripture.
[11]O leitor deve reconhecer que também faz parte do bom senso não entender o que é evidentemente figurativo de maneira literal.
"A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo"
Leland M. Haines
Um livreto da Biblical Viewpoints
Copyright © 1999
Goshen, IN USA
Todos os direitos reservados.
Editado por Richard Polcyn
Tradução para o português:
Eduardo Vieira da Silva
Primeira impressão, 2007